Circuito Verde reforça papel da atividade física no combate à ansiedade e à depressão

Abril foi um mês especial para incentivar os moradores de Presidente Prudente e região a adotarem hábitos mais saudáveis. Com foco no bem-estar integral, o Circuito Verde Unimed promoveu uma programação diversificada ao longo de quatro finais de semana, reunindo cerca de 3 mil participantes. Além dos benefícios físicos, como a melhoria da disposição e prevenção de doenças, o evento reforçou a importância do movimento também para a saúde mental — ajudando a aliviar o estresse, melhorar o humor e fortalecer o equilíbrio emocional.
Com a missão cumprida, a iniciativa mostrou que cuidar da saúde pode — e deve — ser leve, prazeroso e acessível. “A atividade física é indicada para todos os pacientes, na medida da capacidade física de cada um. Ela permite melhora do funcionamento do corpo e do cérebro. Funciona como um remédio natural, complementar ao tratamento tradicional”, explica Leandro de Paiva, médico psiquiatra cooperado da Unimed, que ainda reforçar a importância de uma abordagem ampla e contínua.
Mas, quando procurar ajuda? Conforme o especialista, é importante entender a diferença entre emoções passageiras e transtornos que exigem cuidado profissional. “Assim como o corpo (por exemplo, temperatura normal e pode ocorrer febre; batimentos cardíacos normais e pode ocorrer pressão alta), podemos, por exemplo, ficarmos ansiosos por espera por algum acontecimento, que é uma ansiedade considerada normal. O Transtorno de Ansiedade é um sintoma mais intenso, persistente e que compromete o funcionamento mental e físico”, esclarece.
O mesmo vale para a tristeza, que pode ocorrer na vida de qualquer pessoa devido a problemas do dia a dia: “A tristeza persistente é um dos sintomas da Depressão e compromete o funcionamento mental e a vida da pessoa”, explica.
Sinais
Os sintomas da ansiedade e da depressão podem se manifestar de diversas formas. “Os sintomas mais comuns da ansiedade são: palpitações, dor no peito, sudorese, tontura, nervosismo, tensão muscular e medos. Da depressão, podemos ter humor deprimido (tristeza), perda de interesse e prazer pelas coisas, cansaço, alteração concentração e atenção, ideias de culpa, alterações do sono e apetite, ideias e atos autolesivos”, explica o psiquiatra.
Diante desses sinais, buscar ajuda é fundamental. “Uma pessoa deve procurar ajuda de um psicólogo (quando sintomas são mais leves), e de um psiquiatra para prescrição de medicação (em casos de sintomas moderados ou graves)”, orienta.
As causas dos transtornos são múltiplas, podendo haver uma predisposição genética, ou seja, quando há casos na família de pessoas com ansiedade e/ou depressão. “Os fatores que desencadeiam os transtornos podem ser acontecimentos da vida da pessoa, por exemplo, dificuldades financeiras, pressão no trabalho, problemas pessoais ou familiares”, explica o dr. Leandro.
Segundo o médico, o diagnóstico é feito com base em critérios estabelecidos pela Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento (CID). “Em quadros com sintomas mais leves pode ser indicado psicoterapia, atividade física e orientações. Em quadro mais graves é indicada também medicação oral ou injetável. Com risco grave de suicídio, para proteção da pessoa, pode ser indicada medicação injetável e/ou a internação em Clínica especializada”, acrescenta.
Nesse contexto, os exercícios físicos ganham destaque. “Qualquer atividade física vai trazer benefícios físicos e mentais para o praticante. Uma simples caminhada já é benéfica. Uma atividade mais completa pode ser feita em academias, em média 3 vezes por semana”.
De acordo com o psiquiatra, outras abordagens também podem ser incorporadas o tratamento de pessoas portadoras de transtornos mentais. “Na psicoterapia, por exemplo, se pode aprender técnicas de respiração e outras também. A alimentação saudável dever ser buscada rotineiramente. É uma preocupação constante de todos os médicos com seus pacientes devido ao grande número de pessoas com obesidade atualmente”, comenta De Paiva.
Por fim, o médico deixa um recado importante: “Procure já seu médico de confiança e converse com ele sobre isto. Ele vai te orientar qual o melhor caminho para a recuperação total.”